Hanseníase, tuberculose, IST- HIV/AIDS e Câncer de colo de útero foram os assuntos debatidos

 

 

No dia 27 de abril, de 9h às 13 horas, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam), realizou o Fórum de Doenças de maior frequência no Amazonas, como parte das atividades da Educação Médica Continuada da autarquia.

Na ocasião foram abordados os seguintes assuntos: Hanseníase e Tuberculose. E no segundo bloco: IST- HIV/AIDS e Câncer de colo de útero. Segundo o presidente do Cremam, José Bernardes Sobrinho, o Fórum deu a possibilidade do planejamento de medidas de combate às doenças que o Amazonas se sobressai entre os demais Estados, com base nas informações dos profissionais de saúde. “É uma função do Conselho, hoje, além da atividade judicante e de fiscalização, a educação continuada”, disse o presidente, reiterando que as patologias são de fácil diagnóstico e é necessária a disseminação das informações para a prevenção.

 

Hanseníase:

 

  A palestra  proferida pelo dermatologista da Fundação Alfredo da Matta (FUAM), Sinésio Talhari, tendo por moderador o médico Helder Cavalcante,  destacou que o Brasil é o segundo país no mundo em casos de Hanseníase. O primeiro é a Índia. “Não somos o primeiro no mundo porque a nossa população é baixa. O primeiro no mundo ainda é a Índia em número de casos”, explicou. 

De acordo com levantamento da Fundação de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta (Fuam), em 2000, a taxa de detecção era de 44,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes no Estado. Em 2018 esse índice caiu para 5,35 – uma queda de 77,1%. Mesmo assim já foram registrados 49 casos nos primeiros dois meses de 2019.

 

 Tuberculose:

 

 Na sequência, o infectologista da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Marcelo Cordeiro, explicou sobre a Tuberculose no Amazonas. Em 2018, foram 3.163 casos registradosno Amazonas. E em 2019, só nos primeiros meses, foram 563 casos novos. Em todo o mundo, 28 mil pessoas adoecem por dia, por ano são mais de 1,3 milhões de morte pela tuberculose, uma a cada 18 segundos.

Para ele, o Fórum foi uma ótima oportunidade para o debate acerca da tuberculose. “E sabermos o quão grave está a situação da doença em nosso Estado, bem como apresentarmos os projetos de pesquisa executados pela FMT, que beneficiam os usuários da instituição”, completou.

O moderador do segundo bloco foi o médico e professor aposentado da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Menabarreto Segadilha França.

 

IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis):

 

Na oportunidade, o dermatologista da FUAM, José Carlos Sardinha, explanou sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis em Manaus/Amazonas. De acordo com o palestrante, as DST (Doenças) implicam em sinais e sintomas visíveis no organismo da pessoa. E as IST (Infecções) podem ter períodos assintomáticos ou se manter assintomáticas durante toda a vida, sendo detectadas por meio de testes rápidos/exames complementares. “O termo IST alerta a população sobre a possibilidade de ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas”, explicou.

 De acordo com a distribuição dos casos de IST segundo Síndromes, por sexo, na Fundação Alfredo da Matta, em 2017, foram 1.849 casos masculinos (69,7%) e 802 casos femininos (30,3%), totalizando 2.651 casos.

 

HIV/Aids:

 

Continuando as palestras, a ginecologista da FMT-HVD, Adele Schwartz Benzaken, explicou sobre a questão do HIV/AIDS no Estado. No final de 2018, de acordo com a FMT-HVD, o Amazonas registrou uma redução de 34,86% no número de novos casos de HIV/Aids. De janeiro a novembro de 2018 foram diagnosticados 1.545 novos pacientes . No mesmo período em 2017 foram 2.372 casos. Porém, segundo levantamento do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2017, a notificação de casos de HIV entre pessoas com 15 a 24 anos no Brasil aumentou.

Conforme a palestrante, desde março do ano passado, a FMT dispõe gratuitamente da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um comprimido- combinação de dois medicamentos (tenofovir e entricitabina)- que impede que o HIV infecte o organismo antes mesmo de a pessoa ter contato com ele.

 

Câncer de Colo Uterino:

A vacinação de meninas e meninos nas escolas do Amazonas contra o Papilomavirus Humano (HPV) e a redução da idade em que as mulheres fazem o exame preventivo são os dois métodos defendidos pela médica ginecologista Mônica Bandeira, da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), como caminhos para reduzir o número de casos de câncer do colo uterino.

“O câncer de colo uterino é uma doença completamente evitável. É indigno uma mulher morrer de câncer de colo do útero”, disse a médica ginecologista.”

 Ver e tratar: Durante o fórum, Mônica Bandeira também explicou como funciona o projeto “Ver e tratar o colo uterino”, projeto da FCecon, que consiste em fazer o tratamento de lesões pré-cancerosas do colo uterino detectadas no preventivo. Serão realizados, a cada seis meses, mutirões permanentes em municípios polos, como Itacoatiara, Borba, Manacapuru, Tabatinga, Parintins, Tefé e Coari.

 

Foto: Geizyara Brandão/SUSAM

 

Durante o evento, a médica ginecologista entregou um documento com informações sobre o projeto ao secretário da Susam, Rodrigo Tobias, e ao presidente do Cremam, José Bernardes Sobrinho. O documento traz os dados dos aparelhos e instrumentos necessários para a realização da conização, procedimento de retirada de lesões precursoras de câncer de colo uterino. O objetivo é conscientizar o empresariado e a sociedade civil do Amazonas, através da campanha ‘Adote uma conização’, a adquirirem os kits para serem utilizados nos mutirões.

 

SUSAM:

Foto: Geizyara Brandão/SUSAM

 

O secretário estadual de Saúde (Susam), Rodrigo Tobias, afirmou neste sábado que a pasta está trabalhando com planejamento para o combate das doenças de maior incidência no Amazonas como tuberculose, hanseníase, HIV/Aids e câncer de colo uterino.

“Nós temos nos preocupado com o conjunto de ações e serviços a serem desenvolvidas. Isso pressupõe uma reorganização do Sistema de Saúde, ambulatórios especializados para o enfrentamento dessas doenças em comunicação com a atenção básica e especializada. Saber das grandes mazelas do Estado, escutar especialistas sobre o padrão de mortalidade da nossa população nos ajuda na gestão, a pensar e construir políticas públicas estaduais pensando na qualidade de vida das pessoas”, afirmou Tobias.

Conforme o titular da Susam, o quadro atual é o que se chama de “tripla carga de doença”, ou seja, doenças infecciosas, doenças crônicas não transmissíveis e as causas externas. Assim, é preciso de um fortalecimento da atenção primária. “Se a gente não fizer esse movimento de financiar a atenção básica dos municípios, a gente vai continuar afogando o nosso sistema especializado”, revelou o secretário, ao ressaltar que a Susam trabalha ações no sentido integrar os dois níveis de assistência básica e especializada, o que vai ajudar no enfrentamento desses agravos de forma sistematizada.

 

 

Fontes:SUSAM; Jornal A Crítica e CREMAM.

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