Políticas públicas, criação da carreira de estado para médicos e profissionais de saúde e o internato rural, podem ser soluções para ajudar a melhorar a saúde no interior do Amazonas. O tema esteve em debate no II Fórum de Educação Médica continuada com o tema “Interiorização da Saúde”, promovido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas no último sábado, 1º de junho, no auditório da autarquia. Médicos, estudantes e profissionais de saúde, estiveram presentes no evento e puderam acompanhar e discutir sobre a saúde no interior do estado.

                Viabilização da regionalização da saúde

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para a médica Heliana Nunes Feijó Leite, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que também atua na Secretaria de Atenção Especializada do Interior (SEA Interior), da Susam, “A concentração de médicos é em Manaus, assim como a alta e média complexidade”. Segundo ela, os pacientes que vem do interior em busca de atendimento na capital enfrentam dificuldades porque “Manaus recebe pacientes de Roraima, Rondônia e Acre para atendimentos em oncologia, cirurgia cardíacas e transplantes. Todo o norte vem pra cá”. “Quando o paciente do interior quer vir pra cá, não têm leitos, pois já estão todos ocupados”.
1.935.177 é o numero de pessoas que habitam os 61 municípios do interior do estado.”As normas e as leis devem se adaptar à necessidade e realidade do interior”, afirma Feijó.

“Políticas Públicas devem ser criadas para apoiar os municípios”

Foi o que afirmou o Secretário de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, que esteve presente no evento. Na ocasião, ele apresentou projetos viabilizados pelo Ministério da Saúde (MS) para a Susam, sem custos, para ajudar na planificação da saúde, a integração entre a Atenção Básica e a Alta e Média Complexidade, como o PanificaSUS e o Regulla + Brasil. Hoje 64% do Estado tem cobertura na Atenção Básica, Manaus traz o número de 46%, ou seja, a gente precisa melhorar bastante.  Mas só o número não necessariamente garante a qualidade no acesso à saúde. Temos que partir do ponto de que a atenção básica resolve 80% dos problemas de saúde”, apontou.

Carreira de estado para os médicos:

“A gente precisa criar uma série de políticas públicas, para que a gente faça uma indução do profissional médico para atuar no interior. Claro que com boas condições de trabalho, claro que com todo o suporte da universidade, porque isso fixa o profissional. E vai ser só uma política de saúde? Não. Precisa ser uma política de saúde, de universidade, de educação. Problemas complexos exigem soluções complexas”, afirmou Tobias.

De acordo com o presidente do Cremam, José Bernardes Sobrinho, a interiorização da saúde é muito importante para os recém-formados, pois abre mercado de trabalho para os mesmos. E nas cidades pequenas é importante a presença do médico. “Próximo a essas cidades podemos ter os polos para atender cirurgias de pequena e média complexidade, com pelo menos 10 especialistas, a saber: clínico geral, cirurgião geral (2), anestesista, oftalmologista, ortopedista, cardiologista, ginecologista e obstetra, pediatra e 1 intensivista. Os profissionais iriam via aérea passando 15 dias no interior e 15 dias na capital. Já as neurocirurgias, cardíacas e vasculares de alta complexidade, a referência para esses procedimentos seria Manaus”, explicou.
“Manaus atende, atualmente, aproximadamente 2 milhões de pacientes do interior, 2.200 milhões da capital, além dos pacientes de Santarém e cidades próximas, como também os pacientes de Roraima, devido a grande migração dos venezuelanos, que estão ocupando a maior parte dos leitos daquele Estado”, completou o presidente.

 

Veja os videos  do evento:

Palestra: Viabilização da regionalização da saúde – Heliana Nunes Feijó

Palestra:  Interiorização da saúde – Rodrigo Tobias

 

 

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