Autor: Dr. Amarildo BritoCRM – AM 3068

 

*Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT

 

*Membro titular da Sociedade Brasileira de Coluna – SBC

*Conselheiro do CREMAM


 

Ainda que seja mais frequente na região lombar, a hérnia de disco trata-se de uma afecção que pode ocorrer em qualquer local da coluna vertebral. O paciente geralmente é jovem, com idade entre 20 (vinte) e 50 (cinquenta) anos.

            Estudos clínicos e experimentais sugerem que o disco intervertebral pode ser a causa de dor em até 40% (quarenta por cento) dos pacientes. A hérnia, a ruptura interna e a degeneração do disco também são causas frequentes de dor de origem discal. A discopatia degenerativa, igualmente, contribui para a patogênese de doenças secundárias, como a estenose de canal e a espondilolistese degenerativa.

            Em cerca de um a dois por cento das hérnias, o núcleo rompe o ângulo na região central, comprimindo diversas raízes da cauda equina.

            A um nível abaixo da segunda vértebra lombar, encontramos apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda equina.

            A síndrome da cauda equina caracteriza-se por incontinência urinária e fecal e sentimento de anestesia na área interna das coxas. História de impotência sexual recente pode estar associada. Às vezes, mesmo com cirurgia, a recuperação neurológica é variável.

            O sintoma mais significativo de uma hérnia discal é a dor, que geralmente é localizada na região da coluna onde está a hérnia, podendo irradiar para outras partes do corpo, como os membros superiores ou inferiores.

            O paciente pode apresentar diminuição da sensibilidade e da força muscular, em membros superiores, inferiores ou ambos, dependendo da localização da hérnia de disco.

            A ressonância magnética nuclear (fig. 24.2) é o exame padrão para o diagnóstico de hérnia discal. O disco é totalmente visualizado, assim como os possíveis fragmentos discais.

            Os fragmentos discais livres (sequestro) também podem ser diferenciados de hérnia discal extrusa e abaulamento simétrico do disco pode ser diferenciado de protrusão contida.

        Os objetivos do tratamento não cirúrgico são restaurar a força muscular, a flexibilidade e a função, que diminuem secundariamente a dor, a rigidez e o espasmo.

A fisioterapia reabilitacional normalmente inclui alongamento e reforço muscular dos estabilizadores e paravertebrais, assim como dos glúteos, panturrilhas e abdominais; músculos importantes na estabilização estática e dinâmica da coluna. Outras modalidades terapêuticas podem aliviar sintomas associados e incluem ultrassom, estimulação elétrica, acupuntura, massagem e tração; quanto ao papel da quiropraxia, tem-se que este é controverso. O tratamento medicamentoso inclui o uso de anti-inflamatórios não esteroides.

   Os narcóticos podem ser utilizados em casos de dor intensa e por curto período de tempo, dois a três dias. Os relaxantes musculares também são frequentemente prescritos. Infiltrações transforaminais de corticoide podem proporcionar rápido alívio dos sintomas nos pacientes que não obtiveram melhora significativa com o tratamento não cirúrgico, bem como naqueles em que não há indicação de tratamento cirúrgico.    

     O tratamento cirúrgico, por meio retirada da hérnia discal, de diversas formas e tipos, pode proporcionar importante alívio dos sintomas em pacientes apropriadamente selecionados.

     A microdiscectomia aberta é o método cirúrgico mais utilizado e considerado padrão-ouro. Em alguns casos de hérnia discal extrusa ou sequestrada, pode-se realizar somente a retirada do fragmento discal, procedimento conhecido como Sequestrectomia de Williams, com baixo índice de recidiva.

       A cirurgia não deve ser protelada nos casos de déficit neurológico progressivo ou síndrome da cauda equina. As principais complicações, após a microdiscectomia são: infecção (um a três por cento), durotomia acidental (uma quatro por cento) e recidiva (dois a cinco por cento).


 

 

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